No post de hoje, vamos abordar o mais novo lançamento do SBT em dramaturgia: a série "A Garota da Moto"!



Se você estava esperando mais uma produção infantil cheia de dancinhas e crianças alucinadas-dançarinas no elenco, sinto te desapontar..!





E, pasmem..! Esta nova produção não é escrita por Íris Abravanel, a autora-mor da TV de Silvio Santos.

"Só observo essa zoeira aí comigo... Vou reclamar com o Jassa"


"A Garota da Moto" revela o desejo do SBT de, aos poucos, voltar a produzir histórias direcionadas a um público mais adulto do que aquele que o canal aposta desde 2012 em seu horário nobre - ano em que o remake de "Carrossel" foi ao ar e, desde então, cedeu espaço a uma série de outras obras infanto-juvenis.

Joana ganha seu sustento como 'motogirl'

A série é uma produção da Mixer em co-produção com o SBT e Fox Brasil. A ideia original é de David França Mendes e João Daniel Tikhomiroff, com direção artística deste último. Na história, somos apresentados à Joana (Chris Ubach), uma jovem que se vê obrigada a fugir com seu filho de 8 anos, Nico (Enzo Barone), após começar a ser ameaçada de morte.

A menina, no passado, se apaixonou por um cara mais velho, Duda (Tatsu Carvalho), que, por sua vez, era casado com a rancorosa Bernarda (Daniela Escobar). Ao descobrir que Joana estava esperando um filho seu, ele decide oferecer dinheiro à jovem para ela fugir e não revelar a ninguém a verdade. Joana se revolta e decide criar seu filho sozinha e em paz.

Dança da motinha, moto envenenada
Anos mais tarde, Duda morre - aparentemente, envenenado por Bernarda - e nossa mocinha passa a ser perseguida freneticamente por gente muito poderosa. Quando sua casa no Rio de Janeiro é invadida, ela decide se mudar para São Paulo com o filho, procurando proteção. É nesta sequência que nós, telespectadores, descobrimos as habilidades de Joana no que se refere às artes marciais. As cenas, inclusive, são muito bem dirigidas e dão o ritmo certo à série.






A vilania, conforme pôde ser percebido, é personificada na figura de Bernarda, que decide passar a perseguir a rival por causa da herança deixada pelo falecido marido (acreditando que a 'motogirl' e seu herdeiro podem vir a ameaçar sua fortuna). É uma vilã bastante caricatural, diga-se passagem. Bernarda é cheia dos risinhos e das levantadas de sobrancelha de maneira maléfica.





Mas amo tanto a Daniela como atriz que nem reparo nisso... Ela arrasa de qualquer jeito <3 Quem não lembra dela como Maysa Ferraz, a mãe da 'dorgada' Mel (Débora Falabella), em "O Clone"?



Em meio a tudo isso, Joana passa a trabalhar na Motópolis (eiiita que a criatividade para o nome passou longe), uma empresa de moto-entrega. E é este o núcleo cômico da trama. A gerente do estabelecimento, Val (Fernanda Viacava), é o esteriótipo da perua que gosta de se fazer de durona, enquanto que o sub-gerente do local, Bactéria (Thiago Amaral) é o oposto: certinho, recatado e do lar. 

Val, um dos alívios cômicos de "A Garota da Moto"


Trabalham ainda por lá os 'motoboys' Túlio (Thiago Freitas) e Marley (Felipe Montanari), ambos apaixonados por Joana. Enquanto que o primeiro é mais picareta - sempre tentando levar vantagem nas situações em que se mete -, o segundo é solícito e pensa no bem-estar comum e na coletividade. 



Joana ainda tem uma complicada relação com seu pai, Reinaldo (Murilo Grossi), a quem chama apenas de "Rei" e é seca em suas relações, demonstrando pouco afeto. No piloto, ficou claro que este homem foi omisso em relação à criação da menina, mas ainda sem explicações aparentes e efetivas.



Com boas atuações de Chris Ubach e Daniela Escobar, "A Garota da Moto" peca, no entanto, pelo excesso de didatismo. O primeiro episódio foi marcado, inteiramente, por pausas na linha de ação da obra para ouvirmos as próprias personagens explicando o que havia acontecido naquele dado momento para o público; subestimando a inteligência do mesmo ao frisar, por exemplo, que uma determinada sequência se tratava de um assalto (quando que, na verdade, todos os elementos já estavam expressos na tela). Uma medida desnecessária e que quebra o ritmo da narrativa, drasticamente.

As tais confissões acima citadas se dão de uma forma extremamente teatral, como na imagem acima

Outro fator negativo é a presença de muitos núcleos desnecessários à ação e que não cativam o público. Só gostei mesmo do núcleo da heroína e da vilã em si... De resto, há um excesso de personagens que não colaboram com a história e empregam uma sensação de 'encheção de linguiça' ao que está sendo contado. Caberia em uma novela, mas não em produto que se vende como série. E tenho dito.



A história em si é interessante, mas precisará passar por pequenos ajustes se quiser fazer sucesso na TV da Anhanguera. Nada que tio Silvio não consiga, né não?



 Torcendo bastante para que a trama tenha sucesso e que estimule, cada vez mais, a qualidade técnica da dramaturgia da emissora. O primeiro passo foi dado e os rumos parecem ser animadores :)

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"A Garota da Moto" vai ao ar de segunda à sexta, às 21;30, no SBT! A primeira temporada possui 26 episódios, ao todo.
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2 comentários:

  1. Luiz Filipe (ou Filipão)
    Excelente matéria. Infelizmente não assisti à atração. Pelas chamadas pude observar o dinamismo e agilidade da produção. Daniela Escobar no elenco já é um excelente motivo para acompanharmos o seriado.
    Abraços!

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    1. Muito obrigado pelo feedback e pelos elogios, Albinno! Quando tiver um tempinho, assista à série sim! Achei louvável o investimento que o SBT resolveu fazer em relação à trama, reestruturando sua grade em prol da narrativa. Os números de audiência estão respondendo bem, e a estoria já é o produto mais visto da emissora ao longo do dia, desde ontem!

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