Em Abril, a Netflix lançou a série "Dear White People", cujo conteúdo gira em torno do racismo - mais precisamente, uma crítica ao blackface, apropriação cultural, privilégio estrutural concedido aos brancos. Mas, consequentemente, permeia as relações entre os militantes NEGROS universitários, seu contexto social, dores e inseguranças. Deixo explícito que tô fazendo um baita esforço pra não dar spoiler, podem ler sem receios rs <3
Quem é negro, com toda a certeza, se identificará com as questões levantadas. Quem é branco, por favor, reflita sobre seus privilégios e a importância da discussão.
O assunto é pesado, bem como a rotina de quem sofre racismo diariamente, mas a narrativa é conduzida de uma forma bem dinâmica, eu diria que quase didática. Uma das coisas bem interessantes abordadas na história é a estética do negro e como isso é pertinente para além de clichês, mas são aspectos que fazem parte da identidade racial. Outro assunto que ganhou destaque foi o relacionamento inter-racial e como ambos (negro/branco) lidam com isto. Mas o ponto alto deste plot é a percepção de que, por mais que a pessoa privilegiada tente ser sensível, ela não entende e sofre, de fato, a dor do outro (parece redundante, but...). A forma como abordam esta temática é, ao meu ver, maravilhosa!
Para ajudar na contextualização, basicamente (e, bem superficialmente mesmo rs) a série conta a história de alunos negros, principalmente no âmbito acadêmico, mas estende-se aos seus outros meios sociais e relações. Sam, Coco, Joelle, Reggie e Troy são alguns dos personagens-chave da trama, cada um com suas peculiaridades, mas que conhecem e vivenciam o racismo.
Vale dizer que esta também é uma boa oportunidade para refletirmos sobre apropriação cultural, exaltação ao modelo de estética corporal europeia e o quão isso pode ser cruel para os negros.
Hoje, pesquisando sobre "Dear White People" para ver outras percepções, infelizmente, soube que uma galera ameaçou cancelar a assinatura na Netflix por causa da série, com a triste e cruel desculpa de que sentiram-se ofendidos
0 comentários:
Postar um comentário